sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

BRINQUEDOTECA (PROJETO)

CURSO DE PEDAGOGIA

ELABORAÇÃO

Profª. Msc. Maria Inês de Brito Ataide (professora do curso de Pedagogia e Letras)

Profª. Msc. Sônia Carvalho Leme Sousa Véras (coordenadora)

APRESENTAÇÃO

A brinquedoteca é uma metodologia de trabalho que visa organizar as práticas pedagógicas em torno de objetivos previamente definidos destinados a dar vida aos conteúdos.

Neste projeto encontram-se a justificativa para a construção de um espaço favorável ao desenvolvimento das atividades práticas das disciplinas que integram o curso de Pedagogia, bem como os objetivos, fundamentação teórica, condições de funcionamento, operacionalização, público alvo e os recursos necessários ao funcionamento.

Como uma brinquedoteca contempla várias atividades tanto individual quanto coletiva, oferece ao futuro docente e as crianças que dela participam, oportunidade de vivenciar momentos significativos de crescimento nas suas relações interpessoais.

Apresenta-se como uma concepção de posturas pedagógicas, e não como uma técnica de ensino mais atrativa, uma vez que possibilita abstrair conhecimentos por meio dos brinquedos num envolvimento individual e social voluntariamente, sob a coordenação do professor.

JUSTIFICATIVA

A criação de uma brinquedoteca atende as Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia no que se referem à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os futuros professores trabalham com um repertório de informações a cerca dos brinquedos de modo a tornar a aprendizagem mais significativa, real e atrativa. Por outro lado, proporciona à criança momento de trabalho agradável, sem receber conteúdos de forma autoritária. Assim, busca e consegue informações, lê, conversa, faz investigação, formula hipóteses, anota dados, calcula, reúne o necessário para a solução dos conflitos cognitivos e, por fim, converte tudo isso em ponto de partida para a construção e ampliação de novas estruturas de pensamento.

Santos (2003), argumenta que “brincar é a forma mais perfeita para perceber a criança e estimular o que ela precisa aprender para se desenvolver”. Portanto, a brinquedoteca situa-se como uma proposta de intervenção pedagógica porque permite ao aluno viver experiências de confronto com colegas quando utiliza, principalmente, os brinquedos relacionados aos jogos.

Quanto ao valor pedagógico das brincadeiras desenvolvidas numa brinquedoteca é importante registrar o conteúdo imaginário de experiências anteriores adquiridas pela criança, em diferentes contextos. Sob este aspecto, Ferreira, afirma:

As brincadeiras alimentam os espíritos imaginativos, exploratórios e incentivos do faz-de-conta... brincar não é algo fora da vida, é algo nela também... no brincar, não se aprendem somente conteúdos escolares, aprende-se algo sobre a vida e a constante peleja que nela travamos. (2002, p.56).

Refletindo sobre essas idéias conclui-se que o brincar é uma atividade que faz parte do cotidiano da criança. Com esse pensamento, sendo a criança nosso objeto de estudo, é primordial em um curso de formação de professores para a Educação Infantil, a vivência de atividades lúdicas.

OBJETIVOS

Geral: Criar um espaço onde professor e alunos possam articular teoria e prática por meio da atividade lúdica.

Específicos:

- Reconhecer e respeitar as manifestações e necessidades cognitivas, emocionais e afetivas no momento da brincadeira;

- Sensibilizar as crianças no uso de material de reciclagem na construção de brinquedos: sucatoteca;

- Estimular o gosto pela cooperação por meio do uso compartilhado dos brinquedos e dos jogos;

- Incentivar a criatividade e a inventividade da criança;

- Despertar o desejo de aprender, de criar e de investigar;

- Utilizar com propriedade os instrumentos próprios para a construção do conhecimento;

- Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre as demais áreas do conhecimento;

- Compreender a importância do brincar na vida das crianças.

- Expor trabalhos realizados, reportagens, pesquisas e textos de interesse das crianças.

INSTALAÇÕES

O planejamento de uma brinquedoteca inicia-se por uma análise do espaço físico disponível para sua instalação. Não há recomendação para uma grande área específica, o importante é que esse espaço forneça inúmeras possibilidades de atividades infantis, de modo que oportunize à criança desenvolver sua imaginação, afetos, competências cognitivas e interativas, na medida que tenha oportunidades de vivenciar diferentes papéis.

OPERACIONALIZAÇÃO/METODOLOGIA

A operacionalização da brinquedoteca acontece por meio da organização dos brinquedos mais usados e também pela preferência do(s) grupo(s) pelas brincadeiras. Os tipos de brinquedos devem estabelecer critérios de acordo com os objetivos da brincadeira. Em um espaço determinado dentro da brinquedoteca deverão ser encontrados os jogos de socialização, educativos, habilidade motoras, quebra-cabeças e teatrinho; em outro, os brinquedos de profissão, construção, casinha, brinquedos musicais, pelúcias, bonecas e miniaturas de veículos. Nestes espaços a brincadeira acontece de forma livre e devem ser consideradas as necessidades e características da turma ao selecionar jogos e brincadeiras coordenadas por um brinquedista ou professor da turma.

Para o desenvolvimento metodológico das brincadeiras há necessidade de esclarecimento quanto ao uso e/ou organização do brinquedo destacando o cuidado para não provocar acidente. É necessário também que a escolha de brinquedos obedeça a critérios bem fundamentados, seja compatível com a idade da criança e possa ser capaz de estimular seu desenvolvimento. As atividades devem ser coerentes com a proposta da brinquedoteca e devem estar inseridas num projeto educativo pensado a partir das reais necessidades da criança. Deve-se pensar o que queremos com os brinquedos, como preservá-los sem restringir ou impedir seu uso pelas crianças.

RECURSOS

Os recursos que constituem uma brinquedoteca unem o humano com o material concreto.

Recursos humanos: um professor coordenador e alunos do curso de Pedagogia e outras licenciaturas.

Materiais concretos: blocos lógicos, lápis de cor e papel sem pauta, quebra-cabeça simples, bonecas, objetos de vestuário para dramatizar, brinquedos de roda, bola, fantoches, dedoches, livros resistentes com gravuras coloridas, massa para modelagem, cola, papeis coloridos, tesoura sem ponta, giz de várias cores e miniaturas de animais, navios, aviões e outros brinquedos de interesse da criança.

ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

As atividades desenvolvidas nesse espaço abrangem o desenvolvimento motor, cognitivo, intelectual e afetivo nas mais diversas modalidades, tais como:

- Dramatização com fantoches, dedoches utilizados no teatro infantil;

- Gincanas;

- Origami (dobraduras de papel);

- Colagens, atividades com massa de modelagem, cerâmica, pintura, desenho e recortes;

- Leituras (hora do conto);

- Sessões de vídeo;

- Jogos pedagógicos;

- Produção de brinquedos com sucata.

Outras atividades podem ser acrescentadas de acordo com a criatividade do professor coordenador e do próprio aluno.

PÚBLICO ALVO

Alunos da instituição, professores, crianças da comunidade e filhos de funcionários da instituição.

AVALIAÇÃO

O projeto será avaliado a partir do momento que for implantado e durante o processo de operacionalização, com observações diretas no processo de construção do conhecimento nas atividades propostas.

REFERÊNCIAS

BENJAMIM, W. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. Trad de Marcus Vinícius Massari, São Paulo: Summus, 1984.

CUNHA, Nylse Helena da Silva. A brinquedoteca brasileira. In:Santa Marli Pires dos (org.). Brinquedoteca: O lúdico em diferentes contextos. 8º ed, Petrópolis: Vozes, 2002.

FERREIRA, H. S. As lutas na educação escolar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

FRIEDMANN, A.(org). O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo: Ed Scritta, ABRINQ, 1992.

PORTO, Cristina Laclette, In: IKRAMER, Sônia (org). Infância e Produção Cultural. Brinquedo e brincadeira na brinquedoteca. Campinas- SP: Papirus, 1998.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico: 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

ANEXO

LISTAGEM DO MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO

Descrição

Classificação/Atividade

Quantidade

Ábaco

2

Alfabeto em EVA

2

Alfabeto em madeira

2

Blocos lógicos

3

Fantoches

3

Dedoches

3

Tangran

2

Quebra cabeça

3

Livros infantis

6

Miniaturas

10 de cada tipo

jogos

5 de cada modalidade

Carimbos

3 da cada modalidade

Tapete

1

Bonecas

5

Papéis coloridos

10 blocos

Papel branco

2 resmas

Lápis

20

Lápis de cor

5 caixas

Dominós pedagógicos

5

Cubos de encaixe

1 jogo

Encaixe e formas geométricas

3 de cada forma

Papel cartão

5 blocos

Cartolinas

10 folhas

Papel pardo

10 folhas

Tesouras

5

Réguas

3

Canetinhas

5 jogos

Material dourado

3

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MENSAGEM DE BOAS -VINDAS

Maria Inês de Brito Ataide

Meus queridos alunos, sejam todos muito bem-vindos!

Tenham a certeza de que, com as energias renovadas, o sucesso em mais um semestre letivo será garantido. Desejo que alcancemos, juntos e com êxito, todos os objetivos propostos. É fundamental, nesse percurso, não nos esquecermos de buscar as possibilidades possíveis para o nosso crescimento pessoal e profissional. Ademais, aí vão alguns lembretes:

No grupo - não medir esforços para o trabalho em equipe, com pontualidade, assiduidade, respeito mútuo, solidariedade e ter como proposta a troca de experiência.

No individual – observar o seu desempenho para garantir o sucesso das metas, fazer escolhas que humanizem as relações interpessoais, desenvolver atitudes de escuta, buscar melhorias constantes de modo que tenham objetivos claros e definidos.

Tenham em mente o propósito de que sairão daqui os melhores profissionais. Para isso, é preciso também investir na pesquisa com espírito investigativo.

Farei até o impossível para ver todos felizes com a profissão que abraçaram. Nesse sentido, relembro as palavras de Mahatma Ghandi no texto abaixo.

SE EU PUDESSE ...

Se eu pudesse deixar algum presente a você,
deixaria aceso o sentimento de amar
a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo
o que foi ensinado pelo tempo a fora.
Lembraria os erros que foram cometidos
para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você se pudesse,
o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo
a resposta e a força para encontrar a saída.

sábado, 6 de novembro de 2010

PROFESSORANDAS INESquecíveis


Maria Inês de Brito Ataide

14/10/2010

Queridas alunas.

Não recorri a nenhum teórico, nenhum filósofo e nem poeta para lhes desejar êxitos na profissão que em breve assumirão.

O que quero hoje, véspera do dia 15 de outubro, é fazer uma reflexão sobre as horas que passamos convivendo nesta relação “professor-aluno” tão debatida no contexto escolar. Sei que não foram momentos totalmente prazerosos em função de atitudes exigidas pelo rigor acadêmico. No entanto, quero que saibam do meu apreço por vocês; afinal, convivemos por dois semestres, com cinco disciplinas (Identidade Docente; Avaliação Institucional; Fund. e Met. do Ensino de História; Pedagogia Preventiva e Estágio Supervisionado). Tudo isso é suficiente para conhecê-las, tendo em vista o número reduzido de alunas, a minha formação e a minha história de longa experiência em salas de aula. Conheço a competência, a responsabilidade e o interesse de cada uma, e também o que pensam, o que falam, o que querem, o que sonham e, principalmente, o que as angustiam neste mundo de tantas incertezas. Uma certeza posso garantir-lhes: sairão, desses dois semestres, diferentes de quando entraram, e sabem por quê? Porque trabalhamos com amor, sinceridade, dedicação. Os conteúdos vistos, que para muitos não “passam de teoria”, irão dar suporte à educação dos seus alunos, dos seus filhos e no conviver em sociedade.

O meu desejo é que todas saiam dessa instituição fortalecidas no senso crítico que muito as caracteriza e levem o melhor possível de cada professor que passou por vocês. Coloquem na práxis pedagógica o amor, a competência, a tolerância, a humildade, o diálogo, a justiça, a cumplicidade, a responsabilidade, a amizade, a alteridade, a autonomia e, sobretudo, a resiliência.

Meu último desejo: sejam muitíssimo felizes!

Um grande beijo,

Professora Inês

AS CONTRIBUIÇÕES DO OLHAR SISTÊMICO NA CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA E NA IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS PAIS PARA A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA.

MARIA INÊS DE BRITO ATAIDE

Quando se fala em família, automaticamente lembra-se de pai, mãe e filhos. Abordar a sua constituição na sociedade contemporânea, implica conceber no interior desta um amplo processo de intervenção produzido pelo outro social e cujos efeitos parecem remeter a um esvaziamento da função simbólica de transmissão a ser realizada por esta instituição. O que se percebe atualmente é que as mulheres estão cada vez mais conquistando sua independência e necessitando cada vez menos da presença masculina dentro de casa. Lacan (1993) se referia nesse sentido, a uma mudança de formas institucionais humanas considerando a existência de um declínio da função paterna devido esta se encontrar em um determinado processo de metamorfose das configurações dominantes que o mal-estar assume numa certa época da civilização já prevista por Freud. Assim, como desconsiderar o fato que a variabilidade histórica da estrutura familiar reflete a ação transformadora do discurso social concreto sobre os sistemas significantes e de ideais presentes no outro, sobretudo na criança? Cabe também destacar que a função formativa da família está sendo apropriada pelo Estado, pelo sistema escolar e meios de comunicação.

Independentemente dessa estrutura familiar o que é fundamental observar é que as pessoas que convivem diretamente com a criança exercem um papel decisivo em sua aprendizagem e contribuem também para a formação de sua personalidade. Neste aspecto, lembra Schettini (2005) que a configuração da personalidade resulta mais da exemplificação do que a explicação que a criança recebe de terceiros. Isto porque a criança ao nascer é um ser de total incompletude e depende exclusivamente dos adultos que estão em sua volta, em especial dos pais ou daqueles que fazem o papel destes.

O ponto de partida do caminho da educação escolar começa nas trilhas iniciadas no âmbito familiar. É fato conhecido que a inscrição da criança no discurso social a partir do século XVII enquanto categoria deu-se essencialmente com os discursos médico-científico e pedagógico, ambos constituídos pelas mudanças histórico-sociais decorrentes deste momento histórico. Nesse sentido, menos que um fato natural, a infância, tal como é compreendida hoje, é uma produção determinada pelas transformações dos sistemas político-econômico-social ocorridos ao longo dos últimos séculos levando-se em conta o desenvolvimento e avanço do capitalismo. Isto permite lembrar que a representação oficial da infância na sociedade moderna encontra-se marcada pelos valores burgueses de liberdade e felicidade. Para Volnovich (1993) é precisamente esse discurso da liberdade que marca a criança no século XX e XXI, dotando-a de direitos que lhe permitem gerenciar seu próprio destino. Isto posto, cabe refletir: Caso a criança não corresponda ao sistema de ideais presentes nesta sociedade marcada pelos valores capitalistas, que posição poderá ocupar no interior da família e na sociedade em geral?

Como se sabe, na família e na escola, as relações de afeto são o fundamento do processo educativo, possibilitando a orientação do fazer sem a tentação de inferir no ser. Portanto, a escola e a família precisam estar integradas para um melhor desenvolvimento da criança, onde ambas tenham o compromisso em lhe proporcionar um ambiente agradável e aconchegante.

Outros fatores como por exemplo, os fatores orgânicos, também são responsáveis pelo desenvolvimento de cada estágio da criança, porém, é fundamental destacar que a relação familiar contribui visivelmente no processo de aprendizagem da criança. Se sua identificação com os pais for sólida, dificilmente adotará valores contrários aos deles, mas, se for tênue, poderá receber influências de valores defendidos por grupos externos.

Com base nos pressupostos da Teoria Geral dos Sistemas, Lima (apud ANDOLFI, 1981), relaciona aspectos metodológicos dessa teoria, à concepção de família como um sistema em interação, como um fator essencial na análise das relações entre comportamento individual e grupo familiar e ainda destaca:

Como sistema interativo, a família é vista como um conjunto de unidades interligadas, de modo que qualquer mudança em uma provoca mudanças no sistema como um todo. Essa dinâmica do sistema evidencia a tendência da forças nele operantes a homeostase, ou seja, qualquer circunstância que venha a romper esse equilíbrio provocará novas mudanças nesse sistema a fim de restabelecê-lo. ( LIMA, p. 3, 2008).

Isto mostra que, como qualquer organismo dinâmico que sofre mudanças em uma das partes, pressupõe alterações em todo sistema. Porém, o que se quer destacar aqui é que tanto a educação quanto a família se modifica com o tempo influenciados pelas diferentes relações sociais e históricas. Assim, a família considerada como um sistema aberto, ou seja, em constante interação com outros sistemas, possui a capacidade de auto-regulação, resultando numa adaptação do sistema às novas demandas.

Segundo Viana (2000), a associação entre o contexto familiar e a aquisição da linguagem, está constituída, por três fatores fundamentais: o lingüístico, o cognitivo e o interacional. O fator interacional que de certo modo está atrelado aos outros dois enfoques, é o que mais inerfere, sobretudo no que se refere à fala, porque é a partir da interação com o outro que se começa a elaborar o texto verbal. Portanto, é nesse contexto que se desenvolve o processo de aquisição da linguagem. Esse fenômeno não se constitui apenas de uma mera informação específica, mas, evidencia a natureza das relações entre as pessoas que se comunicam. Neste caso, o modo como se fala é importante para o entendimento do conteúdo da mensagem que deve ser observado no sistema familiar para não correr riscos de comprometer os níveis de comunicação. Ainda nesse sentido, Vygotsky (1987) destaca que é nessa relação familiar que a palavra e o pensamento articulam-se e a criança passa a se interessar pelas atividades intelectuais envolvidas.

O desenvolvimento cognitivo tem início no período pré-verbal ou sensório-motor que vai até os três anos, em que permite uma maior autonomia e manuseio dos objetos e possibilita à criança uma maior exploração do espaço que a envolve e principalmente a evolução da função simbólica e da linguagem. Essa fase é importante porque contribui muito tanto para a formação da personalidade quanto para educação infantil que necessita de suporte para o desenvolvimento da coordenação motora. Com relação a esse aspecto é dever dos pais estimular a aprendizagem da criança contando coisas sobre o mundo que a cerca. Neste contexto, destaca Lima (apud MORENO, 1995):

Os pais devem sempre oferecer a criança materiais para serem manipulados, como livros de histórias, jogos educativos, objetos da casa, sendo muito importante a participação deles nos jogos. Que tenham boa disposição para responder e formular perguntas, utilizem palavras e enunciados que a criança conheça ou estar prestes a conhecer, cerquem-na de atividades rotineiras e de vez em quando lhe ofereçam alguma novidade.

Percebe-se desta maneira, que o desenvolvimento da criança ocorre a partir do momento em que ela participa da história e da cultura familiar, antes mesmo de sua inserção escolar. Pois, o cotidiano em que são apresentados os conceitos relativos aos objetos e fatos presentes na vida da criança e o científico são conceitos formados a partir aprendizagem apresentada pelo ensino. É nesse ponto que a zona do desenvolvimento proximal é considerada um componente importantíssimo, porque prepara a criança para ter mais autonomia, e se vê a aproximação do conhecimento real com o conhecimento potencial. E isso só acontece a partir da interação de duas ou mais pessoas.

Diante do exposto, constata-se que a família deve estar sempre acompanhando a criança para que ela se desenvolva tanto afetivamente quanto cognitivamente. Como conseqüência, a educação escolar integrada à educação familiar fará da criança um adulto autêntico, preparado para conviver numa sociedade que anseia por cidadãos que atendam os quatro pilares da educação: aprender a ser, aprender a aprender, aprender a fazer e aprender a conviver. Quer seja nas relações interpessoais, no âmbito familiar ou no contexto da escola, urge-se por uma desaprendizagem da desconfiança, da impaciência, do desrespeito, do medo, do julgamento antecipado e da incredulidade. Libertos destas ervas daninhas que usurpam o espaço do crescimento, a criança pode conquistar o respeito por si mesma e pelo outro. Desta forma é capaz de aprender qualquer coisa.


REFERÊNCIAS

LACAN, Jacques. Os complexos familiares na formação do indivíduo: ensaio de análise de uma função em psicologia. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1993.

LIMA, William de Freitas. Relações familiares e processos de aprendizagem. Texto complementar. Brasília, 2008.

SCHETTINI, Luiz filho. Desaprender para aprender na relação família-escola. Revista AEC: n. 134; janeiro/março, 2005.

VIANA, Marigia. O papel da família no processo de aquisição da linguagem. Revista Symposium: ano 4; dezembro, 2000.

VOLNOVICH, Jorge. A psicose na criança. Rio de Janeiro: Relume-Damará, 1993.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes,1997.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PROJETO DE PESQUISA

PROJETO DE PESQUISA

MTPE – MARIA INÊS DE BRITO ATAIDE

1- TEMA: Idéia geral do assunto

2 - DELIMITAÇÃO DO TEMA: escolha sobre o que versará o trabalho

- Requer clareza a respeito do campo do conhecimento a que pertence o assunto;

- Deve determinar o lugar que ocupa no tempo e no espaço.

3 - JUSTIFICATIVA: Menciona-se a pretensão do trabalho e seu valor nos seguintes aspectos:

- RELEVÂNCIA CIENTÍFICA: O que essa pesquisa pode acrescentar à ciência?

- RELEVÂNCIA SOCIAL: Que benefício pode trazer à comunidade?

- INTERESSE: O que levou à escolha do tema?

- VIABILIDADE: Quais as possibilidades concretas desta pesquisa?

4 - PROBLEMA:

- Situá-lo no tempo e no espaço, localizando as fontes de origem;

- O problema deve ser formulado de forma interrogativa;

- O problema deve ser claro e preciso.;

- O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável

5 - FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE:

- Idéia geral a ser comprovada no decorrer da pesquisa;

- São respostas provisórias, anteriores à pesquisa

- Deve ser fundada em conhecimento prévio;

- Deve ser verificável;

- É formulada por uma afirmação;

6 - ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS: Os objetivos representam o ponto de chegada em relação ao teste da hipótese e indicam o que é pretendido com o desenvolvimento da pesquisa.

- Objetivo geral: significa traçar as principais metas que nortearão a pesquisa;

- Objetivos específicos: cada objetivo específico atinge um ponto de vista do tema, um ângulo a ser pesquisado.

7 - DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA: Representa a descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa. Define os seguintes aspectos:

- O caminho a ser percorrido: métodos de abordagem e método de procedimentos;

- Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados;

- Delimitação do universo da pesquisa;

- Delimitação e seleção da amostra

8 - REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO DA LITERATURA

- Exige capacidade de elaboração própria e espírito crítico;

- Contribui com informações inovadoras , acrescentando algo novo ao conhecimento já existente;

- Requer um levantamento bibliográfico cuidadoso, para analisar as contribuições já expressas acerca do assunto, capazes de esclarecer o fenômeno investigado.

9 - CRONOGRAMA:

- É a previsão do ritmo de desenvolvimento da pesquisa, esclarecendo acerca do tempo necessário para cada uma das fases