sábado, 18 de setembro de 2010

COMO FAZER RESENHA

MTPE – Métodos e Técnicas de Pesquisa em Educação

MARIA INÊS DE BRITO ATAIDE (Site: onlytutorials.com.br)

RESENHA ACADÊMICA

Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:

1 -Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;

2 -Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do autor.
3 -Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
4 -Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
5 - Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
6 - Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
7 -Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
8 -Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião do resenhista.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SEJA ORGANIZADO

MAUS HÁBITOS
Autor: Paulo Ricardo Mubarack

Um profissional é o somatório de sua genética com o que aprendeu na família, na escola, na comunidade e nas empresas onde trabalhou. Tenho conhecido muitas pessoas com genética boa, mas com maus hábitos, o que acaba por prejudicá-las em suas carreiras. São pequenas mas desagradáveis atitudes que atrapalham muita gente e que acabam por desqualificar bons funcionários. Não basta ter conhecimentos técnicos ou gerenciais, é necessário APRENDER A TRABALHAR. Raramente se ensina para alguém como trabalhar e isto independe da atividade de cada um. Vale para qualquer profissão. Vejamos alguns hábitos muito ruins e freqüentes em nossos profissionais:

1. NÃO ANOTAR: em alguns cursos, interrompo a aula e digo para minha platéia, que não toma nota de nada: "Vocês não estão assistindo a um show. Isto é um treinamento e quanto mais vocês anotarem, mais vocês aprenderão. Não adianta ficar de braços cruzados apenas me ouvindo".

2. NÃO UTILIZAR AGENDA: fico muito desapontado quando peço algo para uma pessoa ou quando marco uma reunião e ela não toma nota na agenda. Este mau hábito demonstra pouco caso com o compromisso assumido e aumenta a probabilidade do esquecimento.

3. NÃO OUVIR: hábito deplorável, muito comum em diretores e presidentes. Quando você fala mais do que ouve, você pára de aprender e fica obsoleto. Ouvir o que outros falam é uma atitude que demonstra inteligência e respeito.

4. NÃO DAR RETORNO: se um profissional não pode atender ao telefone ou responder imediatamente um e-mail, deve fazê-lo o mais rápido possível, preferencialmente no mesmo dia. Conheço pessoas que jamais dão retorno. Você tem que ligar uma segunda vez.

5. NÃO SER PONTUAL: péssimo hábito, identificador de absoluta falta de respeito. Há pessoas que SEMPRE se atrasam. Observe a cara ridícula desta gente quando entra em uma reunião ou em um curso e atrapalha a todos!

6. NÃO TER O MÍNIMO DE ETIQUETA - manifestar PRECONCEITOS, RACISMOS, atender o celular no meio de um curso, manter conversas paralelas em uma reunião.

7. NÃO LER NEM ESTUDAR: profissionais que não sabem pesquisar nem ler nem estudar não são profissionais. São amadores que devem ser imediatamente descartados. Uma empresa não progride com gente ignorante trabalhando em sua equipe.

8. SER DEFINITIVO DEMAIS: é a característica do burro por convicção. Ele tem opiniões formadas sobre todos os assuntos e jamais se permite análise crítica. Como "sabe tudo", não aprende nada e permanece mergulhado em uma ignorância profunda.

9. NÃO PERDER A PIADA: são aqueles caras engraçados que fazem todo mundo rir. Um circo de segunda classe talvez fosse o lugar mais adequado para esta gente. Ter bom humor é fundamental, mas estar sempre rindo e contando piadas (especialmente se for para debochar dos colegas ou da própria empresa) é característica de alguma patologia que mereceria ser investigada por um psiquiatra.

10. NÃO SE PREPARAR PARA UMA REUNIÃO: são profissionais que vão para reuniões e para cursos "de mãos abanando", sem qualquer tipo de preparo. Atitude deplorável, que prejudica a produtividade das atividades e atrapalha o grupo.

11. PROCRASTINAR: o popular "empurrar com a barriga". São os preguiçosos que sempre deixam algo para amanhã. Não fazem nada rápido e não tem senso de urgência.

12. SER ADEPTO DE FOFOCAS: expor a própria vida privada e a dos outros. A fofoca, embora possa parecer inofensiva, tem efeitos muito nocivos na produtividade e no ambiente de trabalho.

13. NÃO TER A VIDA FINANCEIRA ORGANIZADA: aquela velha máxima de deixar os problemas pessoais "atrás da porta" quando se entra no trabalho não funciona. Quem tem a vida financeira e pessoal desorganizada é um profissional de segunda linha, que frequentemente perde o foco e a capacidade de concentração no trabalho.

14. NÃO CUIDAR DA SAÚDE; noitadas, excesso de peso e falta de preparo físico não prejudicam apenas atletas, prejudicam qualquer profissional. Em um corpo cansado ou doente não existe lugar para o aprendizado e para a produção de boas atividades. Pessoas que fumam têm este problema. Simples assim!

15. NÃO CUMPRIR COMPROMISSOS: se você precisa entregar um trabalho em uma data definida, você deve entregar, nada menos do que isto. Não cumprir prazos é fatal para um profissional. Não tem tempo? Não gosto e não quero ouvir esta desculpa "furada". Se não há tempo durante o horário normal, faça de madrugada, mas faça!

Ensinar a trabalhar! Talvez seja a peça que está faltando no currículo das escolas e dos MBAs, no treinamento das empresas e nas conversas entre pais e filhos.

Paulo Ricardo Mubarack (consultor de gestão, qualidade, administração de pessoas, rh, iso9001 e autor do livro empresas nuas)






INTERDISCIPLINARIDADE

INTER-TRANSDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE

Instituto Paulo Freire/Programa de Educação Continuada

Os temas transversais dos novos parâmetros curriculares incluem Ética, Meio ambiente, Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual. Eles expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida cotidiana. São amplos o bastante para traduzir preocupações de todo País, são questões em debate na sociedade através dos quais, o dissenso, o confronto de opiniões se coloca.

Por meio da Ética, o aluno deverá entender o conceito de justiça baseado na equidade e sensibilizar-se pela necessidade de construção de uma sociedade justa, adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais, discutindo a moral vigente e tentando compreender os valores presentes na sociedade atual e em que medida eles devem ou podem ser mudados. Através do tema Meio-ambiente o aluno deverá compreender as noções básicas sobre o tema, perceber relações que condicionam a vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar métodos de manejo e conservação ambiental. A Saúde é um direito de todos. Por esse tema o aluno compreenderá que saúde é produzida nas relações com o meio físico e social, identificando fatores de risco aos indivíduos necessitando adotar hábitos de auto-cuidado. A Pluralidade cultural tratará da diversidade do patrimônio cultural brasileiro, reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos e repudiando toda forma de discriminação por raça, classe, crença religiosa e sexo. A orientação sexual, numa perspectiva social, deverá ensinar o aluno a respeitar a diversidade de comportamento relativo à sexualidade, desde que seja garantida a integridade e a dignidade do ser humano, conhecer seu corpo e expressar seus sentimentos, respeitando os seus afetos e do outro.Educação & trabalho.

Além desses temas, podem ser desenvolvidos os temas locais, que visam a tratar de conhecimentos vinculados à realidade local. Eles devem ser recolhidos a partir do interesse específico de determinada realidade, podendo ser definidos no âmbito do Estado, Cidade ou Escola. Uma vez feito esse reconhecimento, deve-se dar o mesmo tratamento que outros temas transversais.

3.1 - Como trabalhar com os temas transversais?

A transversalidade, bem como a transdisciplinaridade, é um princípio teórico do qual decorrem várias conseqüências práticas, tanto nas metodologias de ensino quanto na proposta curricular e pedagógica. A transversalidade aparece hoje como um princípio inovador nos sistemas de ensino de vários países. Contudo, a idéia não é tão nova. Ela remonta aos ideais pedagógicos do início do século, quando se falava em ensino global e do qual trataram famosos educadores, entre eles, os franceses Ovídio Decroly (1871-1932) e Celestin Freinet (1896-1966), os norte-americanos John Dewey (1852-1952) e William Kilpatrick (1871-1965) e os soviéticos Pier Blonsky (1884-1941) e Nadja Krupskaia (1869-1939).

O Método Decroly dos "centros de interesse" partia da idéia da globalização do ensino para romper com a rigidez dos programas escolares. Para ele, existem 6 centros de interesse que poderiam substituir os planos de estudo construídos com base em disciplinas: a) a criança e a família; b) a criança e a escola; c) a criança e o mundo animal; d) a criança e o mundo vegetal; e) a criança e o mundo geográfico; f) a criança e o universo. Os centros de interesse são uma espécie de idéias-força em torno das quais convergem as necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais do aluno. Freinet e Paulo Freire, nesse sentido, partindo da leitura do mundo, do respeito à cultura primeira do aluno, buscaram desenvolver o aprendizado através da livre discussão dos temas geradores do universo vocabular do aluno.

O Método dos Projetos de Kilpatrick parte de problemas reais, do dia-a-dia do aluno. Todas as atividades escolares realizam-se através de projetos, sem necessidade de uma organização especial. Originalmente ele chamou de projeto à "tarefa de casa" ("home project") de caráter manual que a criança executava fora da escola. O projeto como método didático era uma atividade intencionada que consistia em os próprios alunos fazerem algo num ambiente natural, por exemplo, construindo uma casinha poderiam aprender geometria, desenho, cálculo, história natural etc. Kilpatrick classificou os projetos em quatro grupos: a) de produção, no qual se produzia algo; b) de consumo, no qual se aprendia a utilizar algo já produzido; c) para resolver um problema e d) para aperfeiçoar uma técnica. Quatro características concorriam para um bom projeto didático: a) uma atividade motivada por meio de uma conseqüente intenção; b) um plano de trabalho, de preferência manual; c) a que implica uma diversidade globalizada de ensino; d) num ambiente natural.

O princípio da interdisciplinaridade permitiu um grande avanço na idéia de integração curricular. Mas ainda a idéia central era trabalhar com disciplinas. Na interdisciplinaridade os interesses próprios de cada disciplina são preservados. O princípio da transversalidade e de transdisciplinaridade busca superar o conceito de disciplina. Aqui, busca-se uma intercomunicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um tema/objetivo comum (transversal). Assim, não tem sentido trabalhar os temas transversais através de uma nova disciplina, mas através de projetos que integrem as diversas disciplinas. Uma primeira experiência, ainda numa visão interdisciplinar, foi realizada durante a gestão de Paulo Freire na Secretaria de Educação de São Paulo e está narrada no livro Ousadia no diálogo: interdisciplinaridade na escola pública, organizada pela professora Nídia Nacib Pontuschka. O projeto foi implantado com a ajuda de professores da Universidade de São Paulo. Buscou-se capacitar o professor para trabalhar nessa nova metodologia de ensino que consiste basicamente no trabalho coletivo e no princípio de que as várias ciências devem contribuir para o estudo de determinados temas que orientam todo o trabalho escolar. Foi respeitada a especificidade de cada área do conhecimento, mas, para superar a fragmentação dos saberes procurou-se estabelecer e compreender a relação entre uma "totalização em construção" a ser perseguida e novas relações de colaboração integrada de diferentes especialistas que trazem a sua contribuição para a análise de determinado tema gerador sugerido pelo estudo da realidade que antecede a construção curricular.

Como trabalhar com projetos?

Projeto vem de projetar, projetar-se, atirar-se para a frente. Na prática, elaborar um projeto é o mesmo que elaborar um plano para realizar determinada idéia. Portanto, um projeto supõe a realização de algo que não existe, um futuro possível. Tem a ver com a realidade em curso e com a utopia possível, realizável, concreta. Dificilmente os integrantes de uma escola escolherão trabalhar num projeto da escola se ele não foi a extensão de seu próprio projeto de vida. Trabalhar com projetos na escola exige um envolvimento muito grande de todos os parceiros e supõe algo mais do que apenas assistir ou ministrar aulas.

Além do conteúdo propriamente dito de cada projeto, conta muito o processo de elaboração, execução e avaliação de cada projeto. O processo também produz aprendizagens novas. "A própria organização das atividades didáticas deve ser encarada a partir da perspectiva do trabalho com projetos. De fato, respostas a perguntas tão freqüentemente formuladas pelos alunos, em diferentes níveis, como "Para que estudar Matemática? E Português? E História? E Química?" não podem mais ter como referência o aumento do conhecimento ou da cultura, ou ainda, mais pragmaticamente, a aprovação nos exames. A justificativa dos conteúdos disciplinares a serem estudados deve fundar-se em elementos mais significativos para os estudantes, e nada é mais adequado para isso do que a referência aos projetos de vida de cada um deles, integrados simbioticamente em sua realização aos projetos pedagógicos das unidades escolares" (MACHADO,1997:75).

Como afirmou recentemente no IPF (Instituto Paulo Freire) o professor da UNICAMP, Eduardo Chaves, o tema transversal fundante é a Ética. Não podemos apresentar esse tema como um vendedor de roupas que diz: tenho aqui camisas, calças, blusas e também roupas. A diversidade cultural, o meio ambiente, a sexualidade, o consumo etc são temas atravessados pela Ética. Ela não é um tema a mais. Ela é elemento constitutivo de todos os temas.

Como trabalhar com esse temas?

Apresentamos acima algumas alternativas. Estudos mais recentes estão apontando o método dos projetos como uma alternativa viável. Entre esses estudos destacamos o de Fernando Hernández (1998) que trata especificamente da "organização do currículo por projetos de trabalho". A proposta do autor está vinculada à perspectiva do conhecimento globalizado e relacional. "Essa modalidade de articulação dos conhecimentos escolares é uma forma de organizar a atividade de ensino e aprendizagem, que implica considerar que tais conhecimentos não se ordenam para sua compreensão de uma forma rígida, nem em função de algumas referências disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização dos alunos. A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação, e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimentos próprios (...) Globalização e significatividade são, pois, dois aspectos essenciais que se plasmam nos Projetos. É necessário destacar o fato de que as diferentes fases e atividades que se devam desenvolver num Projeto ajudam os alunos a serem conscientes de seu processo de aprendizagem e exige do professorado responder aos desafios que estabelece uma estruturação muito mais aberta e flexível dos conteúdos escolares". (HERNÁNDEZ, 1998:61-64).

3.2 – O conceito de interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade, como questão gnosiológica, surgiu no final do século passado, pela necessidade de dar uma resposta à fragmentação causada por uma epistemologia de cunho positivista. As ciências haviam-se dividido em muitas disciplinas e a interdisciplinaridade restabelecia, pelo menos, um diálogo entre elas, embora não resgatasse ainda a unidade e a totalidade do saber.

Desde então, o conceito de interdisciplinaridade vem se desenvolvendo também nas ciências da educação. Elas aparecem com clareza em 1912 com a fundação do Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, por Edward Claparède, mestre de Piaget. Toda uma discussão foi travada sobre a relação entre as ciências mães e as ciências aplicadas à educação: por exemplo, a sociologia (da educação), a psicologia (da educação) etc. e noções correlatas foram surgindo, como intradisciplinaridade, pluridisciplinaridade e transdisciplinaridade.

A intradisciplinaridade‚ entendida, nas ciências da educação, como a relação interna entre a disciplina "mãe" e a disciplina "aplicada". O termo interdisciplinaridade, na educação, já não oferece problema, pois, ao tratar do mesmo objeto de ciência, uma ciência da educação "complementa" outra. Diga-se o mesmo quanto à pluridisciplinaridade. É a natureza do próprio fato/ato educativo, isto é, a sua complexidade, que exige uma explicação e uma compreensão pluridisciplinar. A interdisciplinaridade é uma forma de pensar. Piaget sustentava que a interdisciplinaridade seria uma forma de se chegar à transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas.

Após a 2ª Guerra Mundial, a interdisciplinaridade aparece como preocupação humanista além da preocupação com as ciências. Desde então, parece que todas as correntes de pensamento se ocuparam com a questão da interdisciplinaridade:

1º - a teologia fenomenológica encontrou nesse conceito uma chave para o diálogo entre igreja e mundo;

2º - o existencialismo, buscando dar às ciências uma "cara humana";

3º - o neo-positivismo que buscava no interior do positivismo a solução para o problema da unidade das ciências;

4º - o marxismo que buscava uma via diferente para a restauração da unidade entre todo e parte.

O projeto de interdisciplinaridade nas ciências passou de uma fase filosófica (humanista) de definição e explicitação terminológica, na década de 70, para uma segunda fase (mais científica) de discussão do seu lugar nas ciências humanas e na educação, na década de 80. Atualmente, no plano teórico, busca-se fundar a interdisciplinaridade na ética e na antropologia, ao mesmo tempo que, no plano prático, surgem projetos que reivindicam uma visão interdisciplinar.

A interdisciplinaridade visa a garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não seria suficiente. Seria preciso uma atitude e postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.

A interdisciplinaridade se desenvolveu em diversos campos e, de certo modo, contraditoriamente, até ela se especializou, caindo na armadilha das ciências que ela queria evitar. Na educação ela teve um desenvolvimento particular. Nos projetos educacionais a interdisciplinaridade se baseia em alguns princípios, entre eles:

1o - Na noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender. Não existe data marcada para aprender. Ele aprende a toda hora e não apenas na sala de aula.

2º - Na crença de que é o indivíduo que aprende. Então, é preciso ensinar a aprender, a estudar etc. ao indivíduo e não a um coletivo amorfo. Portanto, uma relação direta e pessoal com a aquisição do saber.

3º - Embora apreendido individualmente, o conhecimento é uma totalidade. O todo é formado pelas partes, mas não é apenas a soma das partes. É maior que as partes.

4º - A criança, o jovem e o adulto aprendem quando têm um projeto de vida e o conteúdo do ensino é significativo para eles no interior desse projeto. Aprendemos quando nos envolvemos com emoção e razão no processo de reprodução e criação do conhecimento. A biografia do aluno é, portanto, a base do seu projeto de vida e de aquisição do conhecimento e de atitudes novas.

A metodologia do trabalho interdisciplinar implica em:

1º - integração de conteúdos;

2º - passar de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento;

3º - superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir da contribuição das diversas ciências;

4º - ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de toda a vida.

O conceito chegou ao final desse século com a mesma conotação positiva do início do século, isto é, como forma (método) de buscar, nas ciências, um conhecimento integral e totalizante do mundo frente à fragmentação do saber, e na educação, como forma cooperativa de trabalho para substituir procedimentos individualistas.

A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a experimentação da vivência de uma realidade global, que se insere nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo e que, na teoria positivista era compartimentada e fragmentada. Articular saber, conhecimento, vivência, escola comunidade, meio-ambiente etc. tornou-se, nos últimos anos, o objetivo da interdisciplinaridade que se traduz, na prática, por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola. Um projeto interdisciplinar de educação deverá ser marcado por uma visão geral da educação, num sentido progressista e libertador.

A interdisciplinaridade deve ser entendida como conceito correlato ao de autonomia intelectual e moral. Nesse sentido a interdisciplinaridade serve-se mais do construtivismo do que serve a ele. O construtivismo é uma teoria da aprendizagem que entende o conhecimento como fruto da interação entre o sujeito e o meio. Nessa teoria o papel do sujeito é primordial na construção do conhecimento. Portanto, o construtivismo tem tudo a ver com a interdisciplinaridade.

A relação entre autonomia intelectual e interdisciplinaridade é imediata. Na teoria do conhecimento de Piaget o sujeito não é alguém que espera que o conhecimento seja transmitido a ele por um ato de benevolência. É o sujeito que aprende através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo. É ele, enquanto sujeito autônomo, que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo, como costumava nos dizer, em Genebra, nosso mestre Piaget.

domingo, 12 de setembro de 2010

A ABELHA E O PEDAGOGO

Parafraseando Zuleica Porciúncula, especialista em Educação Infantil e técnica da 1ª Vara da Infância e juventude da Comarca de Salvador, o pedagogo e a abelha sempre estão num processo de construção da sua realidade, mas aponta algumas diferenças: a construção da abelha será sempre a mesma em qualquer parte do mundo; porém, a construção do pedagogo sempre será dinâmica, pois este atuará diferentemente em função das várias realidades em que estiver inserido. Em nossa sociedade, não podemos visualizar pessoas em papéis tão fixos quanto o das abelhas, que já nascem com esse papel determinado. Em nossa pedagogia, sabemos que exercemos papéis diferenciados, mas é justamente das diferenças que buscaremos transpor barreiras para alcançar um novo estágio, também mutável, superável e de evolução. "O educador não se deve impor como abelha rainha, nem tornar-se zangão para os seus educandos, pois a educação não se processa com autoritarismo, imposição e subordinação, mas um processo de dar e receber, visando à evolução mútua". Isto porque dentro da nossa colméia trabalhamos também como uma abelha operária. Sabemos que, na medida em que ensinamos e trocamos experiências, também aprendemos e deixamos de ser os mesmos. Cientes da nossa ação pedagógica, estejamos atentos para uma pedagogia mais humana e que sejamos um facilitador/mediador de aprendizagens.

RELATÓRIO

Relatório de Atividade Curricular Extraclasse

  1. Data da atividade:

04/09/2010

  1. Local onde foi feita a atividade:

Escolas de anos iniciais do ensino fundamental

  1. Professor responsável pela atividade:

Maria Inês de Brito Ataíde

  1. Justificativa da atividade (relação com a disciplina):

Tendo em vista os conteúdos estudados na disciplina Fund. e Métodos do Ensino de História sobre a formação dos professores e o cotidiano da sala de aula, faz-se necessário a atividade extraclasse, uma vez que é no interior da escola, sobretudo na sala de aula que se travam os debates sobre a memória de um passado que se faz refletir no presente. Cabe ao professor numa aula de História dar condições para que o aluno possa participar do processo pedagógico, se apropriando do conhecimento para poder numa relação dialógica construir um espaço de aprendizagens significativas. Como destaca Achmit (2002), “é na sala de aula que se evidencia, de forma mais explícita, os dilaceramentos da profissão do professor e os embates da relação pedagógica”. Assim, oportuniza-se ao aluno de Pedagogia o conhecer desse espaço não apenas de transmissão de saberes acumulados, mas onde se constroem sentidos e se edifica o conhecimento.

  1. Objetivos específicos da atividade externa:

- Observar no contexto da sala de aula a ação pedagógica do professor numa aula de História.

- Analisar os recursos pedagógicos utilizados para o desenvolvimento do conteúdo de História.

- Verificar a relação professor/aluno no decorrer da atividade.

- Relacionar a teoria estudada em sala de aula sobre as aulas de História com a prática desenvolvida pelo professor.

  1. Alunos envolvidos (incluir nome completo e CPD):

1- Carliane Alves da Silva

2 – Geralda dos Santos silva

3 – Gercina Souza Barbos

4 – Gleica Cândida da R. Melo

5 – Josiane da Silva B. Teixeira

6 – Márcia Gomes Pereira

7 – Sarah Villeth Dantas

8 – Sofia Aparecida Sequenzia

9 – Suelen de Carvalho Lopes

10 – Vanderléia Queiroz Saraiva

11- Vanderluce Soeiro L. Santos

  1. Descrição das atividades, das estratégias e instrumentos pedagógicos utilizados: (Avaliação)

A atividade desenvolvida foi uma observação de uma aula de História em turmas de anos iniciais do ensino fundamental, numa escola pública ou privada, de acordo com a possibilidade das alunas. As alunas serão avaliadas pelo relatório escrito sobre a observação.

  1. Outros profissionais envolvidos:

Os profissionais envolvidos foram os funcionários da própria instituição de ensino e as alunas do curso de Pedagogia.

  1. Horário e duração:

8:00h às 11:00h

Três horas/ aula.

  1. Assinatura do professor:

MARIA INÊS DE BRITO ATAIDE

sábado, 11 de setembro de 2010

Contação de Histórias



CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Na organização do trabalho pedagógico não se deve deixar de dar um destaque especial à contação de histórias. Alunas do 3º período de Pedagogia de Águas Claras desenvolvem na prática pedagógica o método de contação de histórias como requisito importante para a formação de professores da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Após a leitura de textos e debates sobre o tema, a culminância da aula se deu com a dramatização de histórias lidas pelos grupos.

A arte de contar história é uma prática milenar que se iniciou na antiga Grécia e permanece até os dias de hoje, apesar do domínio das tecnologias digitais. Isto se deve ao prazer que a atividade favorece tanto para quem conta como para quem ouve. É uma atividade que tem inúmeras possibilidades porque a leitura e a compreensão de um texto é a base para todos os componentes curriculares. Segundo Abramovich (1995,p.17), “na contação de histórias as crianças podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica, e assim ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso e muito menos achar que é uma aula”.

As histórias contadas visam:

- Proporcionar por meio da ficção e imaginação conceitos necessários para a formação de valores e desenvolvimento integral da criança.

- Desenvolver o gosto artístico.

- Estimular o interesse pela leitura.

- Desenvolver a capacidade de dar seqüência lógica aos fatos.

- Fixar e ampliar o vocabulário.

- Aguçar o poder da observação.

- Educar a atenção.

- Desenvolver a linguagem oral.

É fundamental que se dê emoção à história contada de modo que as crianças se identifiquem com os personagens e que se incorporem à trama como se fizessem parte do enredo. Assim, a atividade se torna prazerosa porque além de desenvolver o interesse lúdico contribui para a construção de novos conhecimentos.

História em foco

História em foco

No dia 21 de agosto de 2010, sábado, as alunas do 6º semestre de Pedagogia tiveram aula sobre “A importância dos museus”, como complementação ao conteúdo exigido em Fundamentos e Métodos do Ensino de História, sob a orientação da professora Maria Inês de Brito Ataide.
A aula aconteceu a partir da visita técnica ao memorial JK.
Estudar os museus atende os objetivos da disciplina e oportuniza as alunas terem consciência de que a valoração desse espaço é de fundamental contribuição para a construção do conhecimento sobre a realidade. Portanto, visitá-lo, foi importante para incrementar as discussões sobre a História a partir dos objetos e da cultura analisada, permitindo dessa forma, concretizar mensagens e idéias. Além disso, nos últimos anos esse tema tem sido evidenciado nas produções acadêmicas sob forma de artigos, teses e simpósios.
Pretendeu-se com essa atividade:
- Apresentar o museu como recurso metodológico para o ensino de História.
- Discutir sobre as potencialidades educativas das instituições museológicas como atividades complementares dos conteúdos desenvolvidos na sala de aula.
- Compreender as mensagens propostas pela exposição e construir novas significações a partir delas.
Após a atividade prática, as alunas apresentarão um trabalho escrito sobre os documentos lidos e objetos expostos, considerando a memória como possibilidade de reflexão sobre o passado por meio de sua representação no momento presente.


Professora Maria Inês Ataíde